17 de março de 2020: decretado estado de pandemia pela COVID-19 no Brasil.
Trabalhadores mandados para casa, comércios fechados e empregos perdidos… era necessário fazer algo que fosse capaz de parar o ciclo de transmissão do vírus.
Máscaras, higiene e isolamento social foram a forma como a maioria dos países encontrou para frear o avanço dessa pandemia.
O temor ao desconhecido fez com que os países agissem de maneiras diferentes.
Enquanto alguns recorreram ao fechamento de fronteiras e aeroportos, outros, de forma mais branda, orientavam apenas ao uso de máscaras, cuidados com a higiene e o distanciamento social.
Por se tratar de uma doença nova, o que se fazia para os cuidados tanto dos doentes quanto para a prevenção, era baseado nos conhecimentos de fisiologia e de doenças tratadas no passado.
Todo esse esforço deveria ser mantido até que alcançássemos a tão sonhada imunidade de rebanho (ou imunidade coletiva): momento em que o ciclo de transmissão de uma determinada doença é interrompido devido ao grande número de indivíduos já imunizados.
É difícil ainda falar em imunidade devido ao alto potencial de mutação do vírus SARS-CoV-2, o que acaba por gerar variantes com um poder de infecção ainda maior, inclusive naqueles que já contraíram a doença.
Isso não quer dizer que nunca será atingida a imunidade coletiva, mas ela provavelmente virá de um combinado entre indivíduos da população já infectados e grande parcela da população vacinada.
A vacinação e a retomada da economia
Uma das engrenagens que movimenta os esforços para a vacinação e tratamento dos enfermos é a economia do país, que precisa continuar a funcionar.
Por esse motivo, nas últimas semanas, temos visto a liberação e “afrouxamento” das regras de distanciamento social em vários estados do país, na tentativa de aquecer a economia sem que piore a situação sanitária do país.
No entanto, não há uma regra ou métrica exata de quanto liberar ou se expor sem ocasionar um novo surto.
Por isso, mesmo com a liberação de algumas atividades não essenciais é importante manter o uso das máscaras, a higiene pessoal e o distanciamento, principalmente em locais com maior concentração de pessoas ou ambientes fechados.
Uma proteção que não pode parar
Quanto às máscaras, a N95 ou PFF2 é a que mais dificulta a contaminação pelo vírus devido ao seu maior poder de filtração de partículas.
A máscara cirúrgica também serve como proteção e pode ser melhorada pelo uso adicional de uma máscara de pano por cima.
Entretanto, a máscara de pano isoladamente deve ser evitada principalmente em locais de maior aglomeração, devendo ser usada apenas em situações de menor contato social.
A higiene pessoal deve permanecer mesmo após a pandemia, pois também previne o contágio por outras doenças. Sendo assim, lavar as mãos com água e sabão frequentemente, utilizar o álcool 70% nas mãos ou superfícies de maior contato e proteger o rosto com a face interna do braço quando espirrar ou tossir são hábitos que devem permanecer na rotina.
O distanciamento social é apenas uma forma de evitar o contágio, mas com a reabertura gradual dos comércios, pontos turísticos e outros serviços é importante evitar as aglomerações, pois a maior proximidade significa maior chance de o vírus ser transmitido de uma pessoa para outra.
Uma estratégia muito útil é priorizar o convívio com indivíduos mais próximos, evitando assim contato com muitas pessoas diferentes.
Dessa forma, consegue-se restringir o contágio e, caso alguém adoeça, se torna mais simples rastrear a origem.
Tendo esses cuidados, além de aumentarmos as chances de passar pela pandemia sem contrair a doença, evitamos a superlotação de hospitais e serviços de saúde.
Medidas como essas são necessárias até que consigamos atingir a imunidade coletiva, que não sabemos quando será ainda, e, se for inevitável, passarmos por outras ondas da COVID-19 sem tantos prejuízos.
Cabe a cada um de nós a fiscalização sobre esses cuidados, pois quanto mais cuidarmos de nós e do próximo, mais perto estaremos de uma situação de normalidade. Cada vez que nos descuidamos ou deixamos de ter uma maior preocupação com esses detalhes, uma pessoa próxima de nós pode adoecer.
E o afrouxamento das regras, que serve para reaquecer a economia, ficará estagnado, pois essas mesmas pessoas que movimentaram a economia são aquelas que serão afastadas Neste sentido, não há somente o sofrimento pessoal, mas também das empresas que fecham as portas por falta de mão de obra.
Nada é mais essencial do que a vida
A orientação que fica é: se não precisa estar naquele local, naquele momento, não tem por que ficar.
É necessário planejar as saídas para resolver situações de maior importância, evitando assim a exposição de maneira desnecessária.
E, se for imperativo que se exponha, manter o cuidado redobrado com máscara, higiene pessoal e distanciamento social. Independentemente de estar ou não vacinado, uma vez que a vacinação não confere certeza de não infecção da doença, mas apenas menor risco de desenvolver uma doença grave.
Texto: Dr. Fábio Cavalcanti de Faria Vieira. Médico Especialista em Endocrinologia e Metabologia – RQE 8454. Mestre em Ciências Médicas (UFSC). Membro Titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). CRM SC 15456.
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